A Urbana, empresa municipal responsável pela gestão de resíduos, acumula mais de R$ 300 milhões em dívidas, enquanto a concessão do aterro de Ceará-Mirim, comprada recentemente pela Marquise, está prestes a expirar.
Esses elementos compõem um cenário alarmante que exige atenção e transparência.
Em 2023, a Marquise adquiriu a concessão da Braseco, mesmo com apenas um ano restante no contrato.
Essa movimentação gerou especulações sobre os interesses por trás da compra, especialmente considerando que o aterro de Ceará-Mirim está no fim de sua vida útil e localizado em uma área de segurança aeroportuária.
A proximidade com o aeroporto de São Gonçalo torna ilegal a continuidade do aterro, devido aos riscos significativos para a segurança aérea.
Com o contrato da concessão pública do aterro de Ceará-Mirim terminando no próximo mês, a prefeitura de Natal ainda não anunciou um plano claro para a destinação dos resíduos sólidos da cidade.
O silêncio da administração municipal aumenta a incerteza e a preocupação entre os cidadãos, que temem pelo colapso na gestão de resíduos.
Além da compra suspeita e do fim da concessão, as enormes dívidas da Urbana adicionam outra camada de complexidade à situação.
A empresa municipal acumula mais de R$ 300 milhões em débitos, incluindo encargos trabalhistas e impostos federais.
Especialistas sugerem que a exploração do gás gerado pelo aterro de Ceará-Mirim poderia gerar receitas de aproximadamente R$ 50 milhões por ano, oferecendo uma solução viável para os problemas financeiros da Urbana.
Esta proposta foi discutida em um evento promovido pela Justiça Federal e pelo Tribunal Regional do Trabalho, mas parece não ter avançado nas esferas decisórias da prefeitura.
Diante desses fatos, várias questões emergem:
1-Por que a Marquise comprou a concessão do aterro prestes a expirar e com sérias restrições legais?
2-Qual é o plano da prefeitura para a destinação dos resíduos após o término da concessão?
3-Por que não há um aproveitamento do potencial de geração de receita do gás do aterro para aliviar as dívidas da Urbana?
A falta de respostas claras e a ausência de discussões públicas sobre essas questões são preocupantes.
Fonte: Blog da Dina.
Foto: Tribuna do Norte (reprodução).
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