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A praia de Ponta Negra, um dos cartões-postais de Natal, no Rio Grande do Norte, passou por um significativo processo de engorda que promete transformar a paisagem e a dinâmica da região. Com a adição de 1,3 milhão de metros cúbicos de areia, a obra visa ampliar a faixa de areia e proteger a costa contra a erosão. No entanto, essa intervenção gera um intenso debate entre moradores, turistas e especialistas sobre seus impactos e benefícios.
Um dos principais argumentos a favor da engorda é sua função como medida preventiva contra a erosão costeira. A praia de Ponta Negra tem enfrentado sérios problemas relacionados à perda de areia, que afetam não apenas o lazer dos moradores e turistas, mas também as construções próximas à orla. Com a nova camada de areia, espera-se que a praia se torne mais resistente às forças do mar.
Por outro lado, a obra não está isenta de críticas. Especialistas em meio ambiente levantam preocupações sobre os impactos ecológicos da engorda. A retirada de areia do fundo do mar e o deslocamento de sedimentos podem prejudicar ecossistemas marinhos locais e afetar espécies que dependem desse habitat.
Além disso, muitos moradores expressam descontentamento quanto à falta de consulta pública antes do início das obras. A ausência de um diálogo aberto com a comunidade levanta questões sobre transparência e participação nas decisões que impactam diretamente suas vidas e o ambiente em que vivem.
A engorda da praia de Ponta Negra simboliza uma encruzilhada entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental. Enquanto muitos veem essa intervenção como uma oportunidade para revitalizar uma das praias mais icônicas do Brasil, outros alertam para os riscos associados à degradação ambiental e à falta de envolvimento comunitário.
À medida que as obras avançam, é vital que as vozes da comunidade sejam ouvidas e que medidas sejam tomadas para mitigar os impactos negativos. O futuro da praia de Ponta Negra depende não apenas das decisões tomadas hoje, mas também do equilíbrio entre progresso econômico e respeito pelo meio ambiente.
muitos banhistas relatam que após a engorda o banho ficou muito desagradável e extremamente perigoso.
“Aqui, nessa área em frente ao Morro do Careca, tinha uma enseada onde a onda não chegava com força. Foi tirado e a rebentação está chegando em todo lugar”, diz aposentado Cláudio Silva, que faz parte de um grupo de nadadores.
“A realidade é que construir casas e moradias tão próximas a linha da praia é receita pra dar errado, os oceanos vão continuar subindo e quem era pra sair dali eram as pessoas, não inventar medidas tristes para continuar impactando negativamente a natureza e consequentemente a gente.” Diz Anny Dantas, banhista.