Foto: Pedro Trindade
Mães de crianças com necessidades especiais fizeram um protesto na manhã desta terça-feira (5) contra a suspensão do serviço do Programa de Acessibilidade Especial Porta a Porta (Prae), que transporta pacientes para os locais de tratamento em Natal.
As famílias dos pacientes disseram que foram pegas de surpresa nesta segunda-feira (4), ao serem informadas pelos motoristas que não poderiam mais contar com o atendimento.
Procurada pelo g1, a Secretaria de Saúde Pública de Natal não explicou o motivo da suspensão do serviço até a última atualização desta reportagem.
A dona Maria do Carmo, de 49 anos é mãe de uma adolescente de 14 anos que tem hidrocefalia, além outras condições de saúde e já passou por 26 cirurgias. Ela conta que a filha precisa de terapia intensiva diariamente e foi surpreendida pela medida.
“Eles não tiveram nem a responsabilidade, o respeito pelos nossos filhos especiais, de avisar diretamente. A gente ficou sabendo por terceiros, pelos motoristas, que ficaram com pena e disseram. Eram 20 carros, agora só tem três que não dão para a demanda. Esse carro do Prae é muito responsável pela qualidade de vida e saúde da minha filha”, disse.
“A gente que vive com o salário mínimo, que é o BPC das crianças, não tem condição de estar pagando carro, porque se for pagar, não vai ter medicação, alimentação, fralda. Além disso, ainda tem descriminação, porque alguns motoristas de aplicativo não querem pessoas com deficiência, recusam”, relata.
A dona de casa Adriana Carvalho, de 51 anos, reclamou da falta de informação aos familiares.
“É mais uma luta. E agora, o que a gente vai fazer? Como essas crianças vão para a terapia? Porque terapia para essas crianças é vida e saúde mental para as mães e para os pais, porque isso tira até o nosso sono. A gente sofre demais, nós precisamos de acolhimento, por favor, nós precisamos de sensibilidade, de empatia. Ninguém suspende um serviço assim”, disse.
A Secretaria de Saúde Pública de Natal informou que reuniões sobre o assunto seriam realizadas ao longo da manhã desta terça-feira (5) e somente depois delas poderia apresentar um posicionamento sobre a suspensão do serviço.