O ato de sacudir um bebê, mesmo que por breves instantes, pode resultar em danos cerebrais irreversíveis ou até mesmo em morte. Esta condição, conhecida como síndrome do bebê sacudido (SBS), ocorre quando um adulto segura o bebê ou a criança pelo tronco ou pelos braços e o sacode vigorosamente, muitas vezes durante uma brincadeira ou na tentativa de fazê-lo parar de chorar.
Embora possa afetar crianças até os 5 anos, a SBS é mais comum em bebês entre seis e oito semanas de idade. Raphael Barros, pediatra da Hapvida NotreDame Intermédica, explica que, além de arremessos e movimentos bruscos, tentativas equivocadas de reanimar o bebê em situações percebidas como ameaçadoras também podem levar a esse comportamento perigoso, como um espasmo de soluço, um engasgamento ou um ataque de tosse.
Os sinais da doença podem incluir irritabilidade, sonolência excessiva, dificuldades respiratórias, perda de apetite, vômitos e paralisia. Internamente, podem ocorrer hemorragias cerebrais e oculares, lesões na medula espinhal e fraturas nas costelas. Raphael Barros adverte que até mesmo casos aparentemente leves podem resultar em problemas de saúde, aprendizagem e desenvolvimento a longo prazo.
“As consequências da SBS são alarmantes: desde deficiências visuais e auditivas até atrasos cognitivos e, nos casos mais graves, morte”, afirma o médico. O especialista enfatiza ainda que apenas alguns segundos de agitação são suficientes para causar danos permanentes ao cérebro frágil do bebê.
O pediatra alerta também sobre a importância de considerar a idade e o desenvolvimento da criança. Para prevenir a síndrome, Raphael Barros recomenda que, embora as brincadeiras possam ser divertidas e fortalecer o vínculo entre pais e filhos, é fundamental que sejam realizadas de forma segura, com bebês que já possuem o controle muscular necessário para suportar movimentos mais intensos, além de buscar ajuda imediata quando necessário.