No último final de semana, em Natal, o Festival Manifesta realizou sua primeira edição na Pinacoteca do Rio Grande do Norte, com o objetivo de integrar diferentes públicos em torno da economia criativa. Entre as principais atividades dos dias 14 e 15 de setembro, destacaram-se rodas de conversa e oficinas que abordaram temas como o empreendedorismo sustentável e o papel ativo dos indivíduos na construção da cidade.
Para Carla Nogueira, idealizadora e produtora do festival, o sucesso da primeira edição do Manifesta deve-se à força do coletivo e à aposta em uma nova forma de ocupar o espaço público, ampliando as oportunidades para o público desfrutar do evento. “O que ficou de aprendizado nesta edição foi a força da organização e o potencial do coletivo. Este novo formato de festival é mais limpo, desde o ambiente até a escolha das atrações”, afirmou Carla. Ela também destacou a importância das atividades educativas, que ajudaram a promover um novo olhar sobre a cidade e seus espaços públicos.
Moda sustentável foi pauta da roda de conversa no domingo (15)
@ Foto de Vitória Oliveira – download aqui
Rafhael Carvalho, sócio-produtor do Manifesta, afirmou que o evento mostrou como a cena cultural de Natal é formada por pessoas talentosas, comprometidas em fazer a diferença. “O maior desafio superado nesta edição foi, sem dúvida, ocupar o Centro Histórico e fazer o público se sentir em casa. O festival provou que, quando todos se unem, é possível realizar coisas incríveis e ocupar a cidade de forma positiva”, complementou.
O evento também contou com uma exposição fotográfica em parceria com o Margem Hub, uma feira criativa e iniciativas sustentáveis promovidas pelo Instituto Ancestral, reafirmando o compromisso do festival com debates sobre questões sociais e ambientais. O público foi presenteado com mudas de plantas, e nas redes sociais, os elogios foram muitos. “Natal ganhou um presentão com o Festival Manifesta! Lugar lindo, perto, shows e estrutura impecáveis, e ainda termina cedo. Ideal para jovens com mais de 30, como eu”, escreveu Chico Vidal no BlueSky.
Segundo a produtora, um dos maiores desafios foi realizar o festival com recursos limitados e sem o apoio de grandes patrocinadores. “Agora, com a excelência demonstrada, poderemos evidenciar todas as camadas do festival e o quanto ele pode ser interessante para marcas e para a cidade”, destacou Carla. Ela também revelou que a organização já planeja a continuidade do evento em 2025, além de outras ações culturais ao longo do ano. “Estamos planejando um espaço físico que agregue tudo isso durante o ano inteiro, além do festival em si, com espaços educativos, novos equipamentos culturais e oportunidades para novos artistas”, completou.
Festival Manifesta: Do manguebeat à efervescência do Centro Histórico
A programação musical do sábado (14) começou com o DJ Samir, conhecido por sua atuação semanal no centro da cidade, tocando um repertório que percorre as principais expressões da música brasileira ao longo das décadas. Os DJs Urucum e Elisa Bacche também marcaram presença no palco Lab, explorando house music e afrobeats da música eletrônica. Frank Aleixo, conhecido como Pajux e figura ativa na cultura potiguar, também discotecou no evento no domingo e comentou sobre a experiência. “A vibe estava incrível, e gostei especialmente da disposição dos palcos. Isso proporcionou uma fluidez interessante, e ter o DJ de frente para o público criou uma dinâmica legal”, afirmou.
Na inauguração do palco principal, a multiartista Jennify C. apresentou com ineditismo as faixas de seu novo projeto “Atmosfera”. “Cada micromovimento dela trabalha a favor da performance geral. Lembrou muito o estilo de Grace Jones “, ressaltou Frank. Na sequência, a banda DuSouto celebrou 20 anos de carreira. “As composições deles já fazem parte do repertório da cidade. Era eles começarem a tocar, e eu lembrava das letras.” complementou Frank.
Na abertura do palco principal, a multiartista Jennify C. apresentou faixas inéditas de seu novo projeto “Atmosfera”. “Cada movimento dela contribui para a performance geral. Lembrou muito o estilo de Grace Jones”, destacou Frank. Em seguida, a banda DuSouto celebrou seus 20 anos de carreira. “As composições deles já fazem parte do repertório da cidade. Assim que começaram a tocar, eu já lembrava das letras”, complementou Frank Aleixo. A acabou com a chave de ouro do Mundo Livre S/A, representando o manguebeat na primeira edição do Manifesta.
No domingo (15), os DJs Tinoc, Pajux e Patricktor4 conduziram as picapes, explorando diversos gêneros da música eletrônica, com percussão e ritmos latino-americanos. A banda Camomila Chá desceu do palco e convidou o público para uma roda meditativa de contemplação e contato. A cantora Gracinha apresentou as faixas de seu disco “Corpo Celeste”, com destaque para o single “Cuentame”. O encerramento da noite ficou por conta da cantora carioca Mãeana, que explorou composições de João Gilberto e João Gomes, finalizando com uma homenagem especial à cantora Rita Lee.
A carioca Mãeana encerrou a primeira edição do Festival Manifesta
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Rafhael Carvalho acredita na importância de continuar ocupando o Centro Histórico de Natal. “A ideia é manter essa ocupação dos espaços públicos do centro, com uma programação cada vez mais diversa e inovadora. O festival quer se consolidar como uma vitrine ainda maior para a cultura local, abrindo espaço para mais artistas, músicos, artesãos e empreendedores”, concluiu.
O Festival Manifesta tem patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Programa Djalma Maranhão, Universidade Potiguar, Golden Tulip, Unimed Natal e Pinacoteca do Estado.