O Comitê Olímpico do Brasil (COB) chegou à Olimpíada de Paris-2024 com uma possibilidade: quebrar o recorde de medalhas da delegação brasileira nos Jogos. Desde Londres-2012, o País melhora seu desempenho geral a cada nova edição. Em Paris, são dez pódios nos primeiros nove dias e a meta a ser superada é de 21, alcançado em Tóquio, em 2021.
Em comparação com as outras Olimpíadas, a delegação brasileira chega à segunda e última semana em Paris com o mesmo número que obteve em Tóquio. Importante ressaltar que cada edição tem seu próprio calendário e alterações de datas podem provocar um aumento ou queda no número de medalhas, mas o início em 2024 possibilitou que o Time Brasil continuasse almejando o recorde.
Das dez medalhas, o Brasil conquistou uma de ouro, quatro de prata e cinco de bronze. Em Londres e Rio, a delegação brasileira chegou a esta fase da competição com sete e seis pódios, respectivamente. “O COB está se preparando para buscar grandes resultados nos Jogos Olímpicos de Paris. Sonhamos em ter uma participação histórica em Paris e o esforço é diário”, comentou Rogério Sampaio, diretor-geral do COB, em 2023, projetando o desempenho do Time Brasil.
O judô brasileiro foi que mais rendeu vitórias até aqui: quatro medalhas (uma de ouro, uma de prata e duas bronze) e a melhor campanha da modalidade em uma edição de Jogos Olímpicos – responsável por 40% dos pódios do País em Paris.
O mesmo vale para outros casos. Hugo Calderano perdeu a disputa pela medalha de bronze, Marcus D’Almeida, número 1 do ranking no tiro com arco, foi eliminado nas oitavas de final, e Martine Grael e Kahena Kunze, da vela, terminaram em oitavo lugar em Paris, depois do bicampeonato olímpico no Rio-2016 e em Tóquio, em 2021.
O mesmo vale para o boxe, que deixa Paris com apenas uma medalha conquistada – Bia Ferreira, com o bronze. Jucielen Romeu e Keno Marley, que chegaram a Paris com chances de pódio, não corresponderam às expectativas. Valdileia Martins, que igualou o recorde brasileiro no salto em altura, desistiu da decisão após sentir lesão na classificatória.
Faltam 11 medalhas para igualar o recorde e 12 para superar. Com chances reais, há Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb no surfe. A dupla brasileira disputa as semifinais nesta segunda-feira, depois de adiamentos das provas pelas condições do mar no Taiti
Quem também pode ganhar?
Destaque também para os esportes coletivos. No futebol feminino, a seleção brasileira se classificou para as semifinais – encara a Espanha – e disputará, ao menos o bronze. Vôlei, masculino e feminino, estão nas quartas de final, a uma vitória de disputarem medalha em Paris. No handebol feminino, menos chances, mas o Brasil encara a Noruega e também está a uma vitória de disputar pelo menos o bronze.
Alison dos Santos (400m com barreiras), Ana Marcela Cunha (10km em água abertas) e Isaquias Queiroz (canoagem velocidade) também chegam com grandes chances de medalha em Paris – o que colocaria o Brasil em um bom cenário para superar o recorde.
Correndo por fora, e que podem surpreender, chegam Bruno Lobo, na vela na Fórmula Kite, e o skate park brasileiro. Pedro Barros, medalhista de prata em Tóquio, compete ao lado de Dora Varella, Isadora Pacheco, Raicca, Augusto Akio e Luigi Cini. O vôlei de praia, com Ana Patrícia/Duda e Evandro/Arthur, também pode auxiliar o Time Brasil na quebra do recorde de medalhas.
Ana Sátila, que ficou próximo do pódio já em Paris, continua viva na disputa do caiaque cross – disputa as quartas de final nesta segunda-feira – e pode trazer uma medalha para o País, mesmo sem estar entre as favoritas.
Quais esportes o Brasil deve disputar por medalha?
Ginástica artística: Rebeca Andrade
Vôlei: feminino e masculino
Futebol feminino
Skate park
Vôlei de praia: Ana Patrícia/Duda e Evandro/Arthur
Atletismo: Alison dos Santos
Surfe: Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb
Maratona aquática: Ana Marcela Cunha
Canoagem: Isaquias Queiroz
Estadão Conteúdo