Os mecanismos biológicos por trás dos casos graves e fatais de chikungunya são revelados em um estudo internacional com participação de pesquisadores da USP.
Os resultados da pesquisa mostram que o vírus causador da doença consegue infecta as células de defesa do organismo e as usa como “cavalo de Troia” para invadir o sistema nervoso central e danificar o cérebro.
“A cada 1.000 pessoas diagnosticadas com chikungunya, uma delas morre, em média. Essa taxa é um pouco maior do que a da dengue, outra doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti”, afirmam ao Jornal da USP os pesquisadores Ingra Morales Claro, William Marciel de Souza e a professora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical (IMT) e da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), que integram a equipe responsável pelo estudo. Souza é professor assistente na University of Kentucky (Estados Unidos) e Ingra Morales Claro é pesquisadora associada no Imperial College London (Reino Unido).
“Portanto, esta pesquisa investigou quais fatores do vírus e da pessoa infectada podem levar à morte por chikungunya”, apontam os cientistas. “A doença pode se apresentar de diferentes formas: aguda, subaguda ou crônica. Na maioria dos casos, a pessoa tem febre alta, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça e manchas na pele por até três semanas.”
“Algumas vezes, os sintomas podem durar mais tempo, com fadiga e dores nas articulações persistindo por até 90 dias. Mais preocupante ainda, a chikungunya pode afetar outros órgãos e sistemas do corpo, como os olhos, coração e também o sistema nervoso”, observam os pesquisadores.
“Neste estudo encontramos o vírus no sistema nervoso central de pacientes que morreram em decorrência da doença, incluindo danos no cérebro. Porém, mais pesquisas são necessárias para entender qual a frequência em que essas complicações
Fonte: Jornal da USP.